O jornal "Público" fez hoje manchete do que designou como sendo um "ensaio" (?) do jornalista Pedro Rosa Mendes, em Timor há cerca de dois anos.
O título escolhido (dado pela redacção?) foi "Timor-Leste: a ilha insustentável".
Para além de um erro geográfico crasso (Timor é só meia-ilha, senhores!...) o que me chamou a atenção foi o facto de que esta expressão NÃO CONSTA do texto do "ensaio" escrito pelo autor, de alguma forma deformando mesmo o que ele escreveu. O único momento em que o autor usa a palavra "insustentável" é na frase "Este modelo de pilhagem e esbanjamento é insustentável na economia, na banca, na ecologia, na demografia e, a prazo, até na política."
Isto é: no irreprimível desejo de chamar a atenção para "as gordas" o jornal (a redacção?) cometeu um erro que não reflecte integralmente o escrito do autor. Estes jornalistas são uns exagerados! E não é só no título...
Numa pequena nota introdutória de apresentação o jornal acrescenta:
"Este é o retrato implacável de uma realidade que não podemos continuar a fingir que não existe. Estas são algumas das verdades, duras como punhos, sobre um país que sonhou ser diferente - e nos fez também sonhar".
Será mesmo um retrato? Não será antes uma pintura? Um retrato "é" a realidade; uma pintura" é uma "interpretação" dessa realidade. Mais que um retrato parece estarmos perante um pintura. E nem se pode dizer que o autor seja um neo-realista... Talvez seja, antes, um "impressionista", das pinceladas fortes mas imprecisas...
A não ser quando se refere ao "banco central" desta forma: "O Estado timorense funciona. Não significa, porém, que produza algum resultado, exceptuando a Autoridade Bancária de Pagamentos, única instituição onde a aposta na localização de quadros e a recompensa do mérito fizeram do futuro banco central um oásis de probidade nórdica." Clap, clap, clap!... :-)
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