domingo, 22 de janeiro de 2012

Taxa média de inflação em Dili em 2011: 13,5% (o dobro do ano anterior)

A Direcção Nacional de Estatística divulgou recentemente os dados sobre o Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Dili em Dezembro passado.


A taxa de inflação mensal em Dezembro --- normalmente a mais elevada do ano devido, entre outras razões, às "festas" do fim do ano e à crescente procura que então se verifica num contexto de maior dificuldade de produção agrícola devido à época das chuvas --- foi de 3,8%. No mês anterior tinha sido de 1,8% e em Dezembro de 2010 fora de 2,1%.

Em resultado da evolução dos preços ao longo do ano a taxa homóloga de inflação em Dezembro de 2011 foi de 17,4% com quase 20% (de facto 19,8%) para o grupo dos bens alimentares, que representam cerca de 2/3 do total dos produtos usados para cálculo da inflação.

Com base nos valores mensais do IPC é possível calcular a taxa média anual de inflação, a média dos índices mensais de 2011 comparados com a média semelhante de 2010. Esta taxa foi de 13,5%, praticamente o dobro da de 2010 e mais do dobro das previsões do Governo e do FMI, que eram de 6%.

domingo, 15 de janeiro de 2012

A economia de Timor Leste (e não só) segundo o ANZ

O ANZ, o Australia New Zealand Bank, um dos bancos com agências em Timor Leste, publicou já há dois meses um boletim informativo sobre a evolução das economias do Pacífico, no qual o banco integra Timor Leste. É a página relativa ao país que se reproduz abaixo (a principal fonte estatística usada pelo banco no caso de TL é o World Economic Outlook publicado no fim de Setembro pelo FMI).


No mesmo documento publicam-se alguns gráficos e quadros comparativos de algumas variáveis económicas nos vários países da região. Vejam-se abaixo os gráficos e os dados quanto ao crescimento do PIB e à taxa de inflação --- a mais elevada nos últimos tempos na região.



domingo, 1 de janeiro de 2012

Preparados para os desafios de 2012?

Neste primeiro dia de 2012 não quero deixar de desejar a Timor Leste e ao seu povo os maiores sucessos no ano que agora começa. É que este ano vai ser muito importante, desde logo e principalmente pelas duas eleições (presidenciais, primeiro, e legislativas, uns 4-5 meses depois) que vão decorrer e que irão determinar o caminho que o país e a sua política económica vão percorrer nos tempos mais próximos. Como cidadão estrangeiro não me compete tomar partido por nenhuma das partes mas apenas pelo povo timorense no seu todo. É o que tenho feito e continuarei a fazer.

Se as eleições presidenciais não têm repercussão significativa sobre a evolução da economia e da política económica prosseguida, já as legislativas são fundamentais para se saber "as linhas com que se cose" o país no futuro. É uma verdadeira "verdade de La Palisse" se reconhecermos que os projectos políticos dos dois principais blocos da política timorense são, nas suas linhas mestras, distintos. O que é importante é que ambos se pautem por uma condução da coisa pública que prime pela transparência e o colocar do bem público em primeiro lugar.

Quanto às questões mais nitidamente económicas esperemos que, seja quem for que ganhe as eleições, reconheça que o país não pode continuar a ter taxas de inflação como a actual (taxa homóloga de Novembro de 15,5% !) e que há que fazer tudo para "arrefecer" um bom bocado a economia de modo a baixar a inflação e não (continuar a) "deitar achas para a fogueira" em que se consome o poder de compra da população, particularmente a mais desfavorecida (a maioria...).

A um nível mais microeconómico, será interessante verificar qual a solução que vai ser encontrada para a constituição do banco nacional de desenvolvimento e o perfil da sua actividade. E quanto à empresa de investimentos que o actual Governo queria criar e o Parlamento reprovou? Com o actual Orçamento o Governo não tem margem de manobra para "voltar à carga". E no futuro? E se o governo do país mudar de mãos o que vai acontecer a este projecto?
E como é que vai ser implementada a revisão feita à Lei do Fundo Petrolífero, nomeadamente quanto à possibilidade de a parte investida em títulos de rendimento variável (acções de empresas) chegar ao limite de 50%? Qual o nível para que se vai. de facto, apontar --- permitir que se chegue aos 50% não afirmar que se vai atingir este limite e, muito menos, que ele vai ser atingido "amanhã" --- e a que ritmo se fará a transição? Esperemos que todos os interventores no processo tenham "bom gosto e (principalmente) bom senso".
E qual vai ser o destino do plano de desenvolvimento a longo prazo posto de pé por este Governo e que parece apostar (demasiado?) na fileira petrolífera? O que pensa a actual oposição? Não me lembro de esta se ter pronunciado mas era bom que o fizesse e quanto mais cedo melhor. As "meias tintas", a incerteza sobre o futuro é a pior inimiga de qualquer economia.
E que soluções têm os dois principais "contendores" para o controlo da inflação?
Soluções pedem-se.