sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Inflação em 2013: olhando mais a fundo...

Uma taxa de inflação é um valor global, calculado para um determinado "cabaz de compras" num determinado momento ou ao longo do tempo.
Mas esse cabaz tem várias componentes, da alimentação (arroz, vegetais, peixe, carne, etc) às despesas de habitação, às despesas com transporte, com educação, etc.
A determinação da taxa de inflação para cada um destes grupos é importante para achar os "culpados"...
O quadro abaixo dá-nos as taxas de inflação para alguns dos grupos/produtos que entram no cálculo da inflação. Recorde-se que o grupo dos bens alimentares é, de longe, o mais importante no "cabaz de compras", com um pouco mais de 60%.

 
 
PS - Só mais uma coisinha, só mais uma coisinha! Trata-se do peso dos diversos grupos de produtos no "cabaz de compras" que serve de base ao cálculo do IPC. Cada valor representa a percentagem dos respectivos grupos de bens no orçamento de uma família "média" timorense. Note-se o peso "esmagador" dos gastos com a alimentação, típico de famílias de baixo rendimento como são, em média, as famílias timorenses. Entre 2001 e 2012 este grupo baixou apenas cerca de 2 pontos percentuais no seu peso no "cabaz" (os valores, na realidade, NÃO são totalmente comparáveis porque agora se incluem as bebidas não alcoólicas).
 
 
 


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Resumindo e concluindo...

Usando a base de dados publicada pela Direcção Geral de Estatística com os índices de preços "re-baseados" para o novo período base de Dez2012=100 calculámos as taxas de inflação homólogas e médias anuais desde 2007 até 2013. Aqui estão elas para vossa informação:


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A inflação em Timor Leste: 4% ou 11,2%?

Em entradas anteriores referimos que a taxa homóloga de inflação de Dezembro passado era um surpreendente (?) 4%.

Calculámos agora a taxa média anual de inflação de 2013 e o resultado é bem diferente: 11,2%. Estranho? Talvez mas vejamos como cada uma das taxas é calculada para compreendermos melhor os valores de uma e de outra.

Enquanto a taxa homóloga compara a variação dos preços entre dois meses homólogos (no caso os dois "Dezembros", de 2012 e de 2013), a taxa média anual utiliza no se cálculo não 2 meses mas... 24...
De facto, esta taxa é calculada comparando a média dos doze índices de preços de um ano (ex: 2013) com a média dos doze índices do ano anterior. Neste caso e para Dili a primeira das médias foi de 103,4 e a segunda foi de 93. Daqui resulta a referida variação de 11,2% --- muito maior do que a taxa homóloga.
Note-se que muitos economistas (incluindo nós próprios) e organizações internacionais preferem usar como indicador da inflação a taxa média anual por entenderem que é mais rigorosa por usar os Índices de preços de um ano e não apenas o de Dezembro.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Algumas estatísticas de Timor Leste

Hoje há números! E (quase) não há palavras... Rsss

 
 
 
  
 
 
Só umas palavras finais: é normal usar o valor do consumo de ferro e cimento, elementos essenciais no sector da construção civil, como "indicadores avançados" da evolução da situação económica de um país. Neste caso e à falta de melhor poderíamos usar a importação de ambos os materiais. Os baixos valores, ainda que irregulares, da importação de cimento podem ser um sinal, ténue (?), de que a actividade económica em 2013 terá sido algo menor que em 2011 e 2012. Mas este é apenas um indicador. É pouco para conclusões definitivas. Esperemos pelos valores da Contabilidade Nacional (PIB).

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Malefícios dos monopólios...

A ligação aérea entre Dili e Bali, a mais frequentemente utilizada pelos que "práquistão", foi operada até há poucos dias por duas companhias: a Merpati, a "pioneira", e a Sriwijaya.
Acontece que, ao que parece, a primeira deixou definitivamente de operar e ficou, sozinha no mercado, a Sriwijaya.
Com um monopólio caído do céu --- pelo menos enquanto não começarem os anunciados voos pela Garuda ---, a companhia está praticando preços à medida da sua situação: um voo a realizar dentro de três semanas está a custar 170 USD em cada direcção. 340 USD uma ida e volta Dili-Bali. Uma exorbitância que deve andar pelo dobro do que seria um preço mais justo.

Ora, a propósito de "preço justo", lembrei-me que existem Timor Leste um decreto sobre o dito cujo publicado há mais ou menos um ano. Não será o caso de o Governo o invocar para pedir explicações à companhia? Qual o turista que visita o país com tais preços? Não tenho dúvida de que Timor Leste está a ser prejudicado com esta situação e no entanto... Senhores ministros do Comércio e do Turismo: como é?!...

PS - Neste momento Timor Leste tem ligações aéreas com três cidades: Darwin, Denpasar/Bali e Singapura. TODAS são monopólios! TODAS são (demasiado) caras!... Darwin-Dili-Darwin: 650 USD; Dili-Denpasar-Dili: 300 USD; Dili-Singapura-Dili: 800 USD

Evolução das receitas petrolíferas

No Livro 1 da proposta de OGE14 inicialmente apresentada pelo Governo ao Parlamento Nacional dá-se a conhecer o facto de, ao contrário do que se conhecia até então, as receitas petrolíferas do país (não se considera para o caso o campo de "Greater Sunrise") terminarem 4 anos mais cedo que o previsto. A data para o fim das mesmas é agora, na prática, 2020 mas o último ano em que elas atingem os mil milhões de USD é 2018.

Os valores estimados para as receitas anuais são, nesse Livro, os seguintes:


Recorde-se que:
a) o Orçamento do Estado Timorense é financiado em cerca de 90% pelas receitas petrolíferas acumuladas no Fundo Petrolífero; por exemplo, dos 1500 milhões de despesas orçamentados para este ano, só cerca de 170 milhões serão receitas "domésticas";
b) o capital do Fundo Petrolífero era, no final de 2013, de cerca de 15 mil milhões de USD;
c) o valor das receitas a acumular no capital do Fundo depende do que for retirado pelo Governo para Financiar o OGE de cada ano: o "rendimento sustentável" e o "excesso do rendimento sustentável". O primeiro é estimado, para 2014, em cerca de 630 milhões de USD e em 2018 em cerca de 613 milhões. O "excesso" depende das decisões do governo em cada ano. Em 2013 não foi retirado qualquer excesso e em 2014 prevê-se que seja de cerca de 270 milhões, que associados aos 630 do "rendimento sustentável" darão os 903 milhões previstos com origem no Fundo Petrolífero para financiamento do OGE14.