A evolução da taxa de juro "meta" para os "FED Funds" desde a constituição do Fundo Petrolífero é a que figura abaixo e é um determinante fundamental do retorno dos investimentos do FP:
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Blog sobre Economia e Política Económica do Desenvolvimento, em particular sobre a economia de Timor Leste e aquilo que naquelas pode ser útil ao desenvolvimento económico deste país
Traduzindo "por miúdos" e do inglês:
capital do empréstimo: 12,3 milhões USD; período: 24 anos com 4 de "período de graça", i.e., em que só se pagam juros e não se amortiza capital; pagamentos semestrais, com o capital a ser amortizado em 40 prestações semestrais iguais; taxa de juro: 1,5%/ano; taxa de administração (para suportar custos vários): 0,5%/ano sobre o capital em dívida.
Com base nestas condições fizemos (com uma ajuda providencial que se agradece...) uma "brincadeirinha com os números" para estudar os custos de um empréstimo em condições semelhantes a Timor Leste para financiamento de várias infraestruturas. O "ensaio" que fizemos foi, porém, para um valor muito mais elevado de capital: 200 milhões USD.
O resultado dos cálculos efectuados é que, depois dos primeiros 4 anos em que só se pagariam os juros e a taxa de administração, Timor Leste teria de passar a pagar cerca de 6,22 milhões USD por semestre durante os 20 anos seguintes. No total e ao longo dos 24 anos do empréstimo, Timor Leste pagaria cerca de 260 milhões de USD pelos 200 milhões recebidos agora (ex: 1 de Janeiro de 2009)
Note-se que a taxa de juro de 1,5%/ano era, na época, muito favorável pois as taxas de juro no mercado internacional eram bem mais elevadas. Neste momento as taxas estão mais baixas. Por exemplo, a taxa "meta" dos títulos do Tesouro americano eram no início do ano de 4,25% e em Julho de 2%. Agora é de 1,5% e já se fala na sua baixa para 1% (o que vai afectar negativamente, a curto/médio prazo, o rendimento do Fundo Petrolífero).
Evolução da taxa "meta" para o Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos nos últimos 5 anos
Esta tendência à queda das taxas de juro aconselha a que eventuais empréstimos, a serem contraídos, o sejam o mais tarde possível... A taxa de 1,5% a que foi contraído o empréstimo parece, hoje, ser relativamente elevada ou, pelo menos, ter um elemento concessional muito menor que o expectável. Uma taxa negociada agora deverá ser mais baixa.
PS - Oops! Já depois de publicada esta "entrada" tive conhecimento de que a taxa de juro nos EUA baixou mesmo para 1%, uma queda de 0,5 pontos percentuais em relação à anterior e que era de 1,5% em resultado de uma redução verificada já em Outubro. Más notícias para o Fundo Petrolífero. Com os rendimentos em juros a baixar, as "retiradas" de dinheiro para o Orçamento tenderão a ser (ainda mais) do capital/riqueza... Ora, não convém matar tão cedo a galinha dos ovos de ouro... Ainda por cima quando ela já "pôs" mais ovos do que actualmente...
Alan Greenspan, ex-presidente da Reserva Federal dos EUA, PÚBLICO, 24-10-2008 |