Segundo notícias dos jornais, em reunião dos bancos centrais dos países de língua portuguesa da África e da Ásia (Timor Leste...) organizada pelo Banco de Portugal nas vésperas e para preparar a reunião do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial da próxima semana, a ABP estima que o capital do Fundo Petrolífero atinja os cerca de 4 mil milhões de dólares americanos no final do ano. Recorde-se que de acordo com as estatísticas monetárias do país no final de Agosto o saldo era de 3,5 mil milhões USD.
As principais condicionantes da evolução do saldo são duas: a dos preços do petróleo e do gás e as transferências do Fundo para o Governo de acordo com as autorizações parlamentares concedidas.
Numa entrada anterior já referimos que nos últimos tempos não tem havido transferências, nomeadamente para a constituição do chamado Fundo de Estabilização Económica (240 milhões USD).
Quanto à evolução do preço médio mensal do petróleo, foi a seguinte nos últimos meses: 125 usd/barril em Maio, 133,3 em Junho, 134,6 em Julho (a média mais alta), 117,2 em Agosto e 105,2 em Setembro passado. As cotações nos dias mais recentes têm ficado ligeiramente abaixo dos 90 USD.
Esta evolução não deixará de ter repercussões nas receitas do Fundo Petrolífero e é possível que a média mensal de acréscimo do capital que se verificou nos primeiros 8 meses (um 181 milhões USD/mês) venha a conhecer uma redução.
É esta, bem como a quase certa retirada de parte do capital para transferência para o Orçamento de Estado, que justifica a estimativa de o Fundo vir a ter um capital de cerca de 4 mil milhões (mais uns pózinhos?) no final do ano.
Uma última palavra para as principais consequências da actual crise financeira mundial no Fundo. A primeira decorre da já ilustrada queda (significativa...) do preço do petróleo no mercado internacional. A segunda é a que irá decorrer de uma mais que provável quedas das taxas de juro, nomeadamente dos títulos que constituem a carteira do Fundo Petrolífero (títulos do Tesouro americano). Esta queda, no entanto, só dentro de alguns meses começará a fazer-se sentir no Fundo, quando os actuais títulos, a taxas mais altas, começarem a ser amortizados e ser substituidos por títulos cuja taxa de juro é mais baixa. Mas isso são os ossos do ofício...
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