Uma das principais alterações verificadas nos últimos anos no panorama financeiro internacional foi a proliferação e aumento de importância relativa dos chamados Sovereign Wealth Funds (SWF), que poderemos traduzir por Fundos da Riqueza Nacional já que, à semelhança do que acontece com o Fundo Petrolífero de Timor Leste, acumulam recursos financeiros resultantes principalmente da exploração de recursos naturais não renováveis (caso do petróleo e outros recursos minerais). Alguns resultam apenas de uma política de gestão do acumular de saldos positivos excepcionais da balança de pagamentos do país, como é o caso da China.
O último relatório do Fundo Monetário Internacional sobre o World Economic Outlook (WEO) disponibiliza informações sobre o número e valores acumulados por este tipo de fundos financeiros bem como sobre a estrutura das suas aplicações (nomeadamente em termos das moedas em que elas são denominadas). No caso de Timor Leste, como se sabe, todos os recursos (que já ultrapassaram os 3 mil milhões de USD ou, à inglesa, 3 biliões de USD) estão, em resultado do determinado na Lei do Fundo Petrolífero mas também por opção do Governo, aplicados em títulos do Tesouro dos Estados Unidos --- o que significa que estão todos aplicados em USD apesar de a Lei permitir que um montante de até 10% possa ser aplicado noutras moedas.
Os dois gráficos abaixo (clique neles para os aumentar e tornar legíveis) dão o essencial da informação que consta daquele WEO sobre os SWFs.
Como se pode verificar, nos anos decorridos desde o início da presente década o número de Fundos aumentou significativamente. Graças, principalmente, ao grande aumento dos preços do petróleo (a principal fonte de redimentos dos vários Fundos), o valor total por eles gerido cresceu também muito, situando-se hoje em dia em cerca de 800 mil milhões de USD --- dos quais 3 são do FP...
Vale também a pena salientar a composição, em moedas, da riqueza dos Fundos . Repare-se, por exemplo, que o Fundo de Pensões da Noruega tem cerca de 1/3 do seu valor aplicado em USD, outro terço em Euros e o 1/3 restante em outras moedas, nomeadamente em libras (inglesas) e em ienes (japoneses). Esta estrutura prende-se com opções da gestão do Fundo a que não é alheia a estrutura do comércio externo do país.
Na "pizza" de baixo está ilustrado o que poderá considerar-se como uma estrutura típica das aplicações de vários fundos: mais de um terço aplicados em USD, montantes aproximadamente iguais aplicados em Euros e Libras e depois em Ienes e noutras moedas.
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