“Para promover a auto-suficiência em arroz, o governo [da Indonésia] aumentou em 10% os seus preços de compra (...) para 4300 rupias por kilo (398 USD/ton) e estabeleceu uma meta de 3,8 milhões de toneladas para as compras a efectuar pelo BULOG, a agência oficial de comercialização do arroz. Este aumento dos preços destinou-se a compensar a descida de 28,7% dos subsídios ao fuel ocorrida em Maio de 2008.
Para incentivar o aumento da produção em 2009, o governo aumentou 7% os preços de compra a partir de 1 de Janeiro de 2009. (...) O financiamento aos subsídios para sementes foi aumentado, no total, de 33 para 35 triliões de rupias em 2009 (...).
No âmbito do programa “Arroz para os pobres”, iniciado em 1998, o Bulog tem vindo a distribuir uma ração de 10-15 kilos por mês a 19,1 milhões de famílias a um quarto do preço do mercado. Em Maio de 2008 estas famílias receberam um subsídio pecuniário suplementar no âmbito do programa de pagamentos em dinheiro.”
Aspectos a sublinhar:
a) O governo da Indonésia parece firmemente decidido a aumentar o grau de auto-suficiência do país em arroz, tornando-o menos dependente da importação do cereal e, por isso, das oscilações do preço do mesmo no mercado internacional e das próprias políticas de exportação dos países excedentários. Lembremos, a propósito, as fortes limitações à exportação de arroz impostas no início do ano passado pelo Vietname, a Tailândia e a Índia, o que afectou o mercado internacional e contribuiu para o “disparar” dos preços do cereal no mercado internacional, encarecendo significativamente (cerca de 3 vezes mais) o preço nos países importadores;
b) O preço pago actualmente (depois do aumento de Janeiro passado) pelo Bulog nas suas compras aos camponeses ronda os 425 USD/ton. Recorde-se que, segundo o boletim da FAO que citámos, o preço internacional do arroz “Vietnam 5%” (o de melhor qualidade do país) foi, em Janeiro, de 407 USD/ton (FOB, i.e., colocado dentro do navio, no Vietname, pronto para largar para o seu destino); o preço pago aos agricultores indonésios é, pois, apenas ligeiramente superior ao preço do arroz importado --- do Vietname.
c) O governo concede um subsídio para a compra de sementes de arroz. O aumento da verba orçamentada para este efeito foi, no entanto, muito pequeno, pressupondo-se que não terá havido aumento do seu valor por quilo --- recorde-se que o aumento do valor é quase só equivalente à taxa de inflação verificada.
d) O programa de distribuição de arroz às famílias pobres não prevê a oferta de arroz mas sim a sua venda a um preço que é apenas um quarto do de mercado; além disso é um programa que atinge apenas as famílias que foram consideradas como pobres e não um programa “universal” de venda de arroz a preço bonificado.
e) Finalmente, recorde-se que o arroz nacional é actualmente vendido no mercado ao equivalente a 50 centavos (o arroz importado vende-se ao dobro deste preço). Isto é, o Bulog compra o arroz nacional a cerca de 42,5 centavos o kilo e vende-o a 50 centavos.
1 comentário:
Recomendo que consultem o website da Badan Urusan Logistik (Agência Nacional de Logística) (BULOG)
Tem vários artigos interessantes em inglês, juntamente com um mar de estatísticas.
http://www.bulog.co.id/eng/
Timor tem aqui um excelente exemplo para seguir.
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