sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Curioso...

... o facto de, das estatísticas abaixo para as necessidades de arroz em 1974, resultar que as contas eram de que o consumo per capita seria de cerca de 40 kgs/pessoa/ano. Neste momento, segundo documentação vista algures, a média de consumo utilizada nos cálculos de previsões de necessidades de arroz ser de... 90 kgs/pessoa/ano.

A confirmar-se este valor, isto significa que se confirma estatisticamente a enorme "revolução" nos hábitos alimentares dos timorenses durante a ocupação indonésia.
Claro que uma parte dela corresponderá a uma "evolução natural das coisas" relacionada com a melhoria do nível de vida que terá ocorrido relativamente ao período colonial português mas é provável que a grande diferença tenho sido induzida pela presença indonésia e sua orientação nas questões alimentares, que terá enfatizado o consumo de arroz (arroz = cidade = "moderno" = melhor estatuto social) relativamente ao alimento mais tradicional (até então) de Timor, o milho (milho = campo = "atrasado" = menor estatuto social).

"Milho da fome": reserva de milho a ser usada só em caso de extrema necessidade

Curiosamente, uma socióloga/antropóloga minha amiga que esteve em Timor (português) a fazer trabalho de campo no início da década de '70 do século passado dizia-me, quando foram emitidas as moedas correntes de Timor Leste em 2003, que era pena que em vez de uma espiga de arroz não tivesse sido escolhida uma espiga de milho para ilustrar uma das moedas, no caso a de 5 centavos.

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