Lembram-se daqueles problemas irritantes que nos davam volta à cabeça e em que tínhamos de calcular quanto tempo levava a esvaziar-se uma banheira cuja torneira debitava "x" litros por segundo e cujo ralo escoava "y" litros?
Pois um amigo meu, talvez inspirado nesses problemas, descreveu a situação económica actual de Timor Leste como sendo parecida com a de uma banheira (ele chama-lhe, na verdade, a "teoria do bidé"...) para a qual a torneira do dinheiro do Mar de Timor despeja dinheiro mas em que uma parte significativa desse dinheiro sai pelo ralo, via importações, a caminho da Indonésia (cerca de metade das importações de TL) e de outras paragens, ficando (relativamente) pouca coisa no país. Pelo menos em termos produtivos, já que muito é "desperdiçado" em consumo.
Numa perspectiva de médio-longo prazo, d eestratégia de desenvolvimento, isto é preocupante e merece a atenção das autoridades económicas já que a revisão da política fiscal que foi feita, com redução das taxas alfandegárias a uns quase simbólicos 2,5%+2,5%, deixa o país relativamente "desarmado" para fazer face à invasão do mercado nacional com produtos importados, em prejuízo da possibilidade de desenvolver internamente algumas produções que satisfaçam, pelo menos, parte do mercado já existente.
Associando a isto a crescente inflação, pode estar (já está?) a criar-se uma situação próxima de uma "dutch disease" em que produzir internamente sai mais caro que importar (da Indonésia, p.ex.) e em que a abundância de dinheiro (do petróleo) torna fáceis/apetecíveis as importações. Com prejuízo do saldo da balança de pagamentos e, principalmente, da economia nacional e da capacidade de gerar empregos no país.
"À consideração superior"!...
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