sexta-feira, 6 de maio de 2011

Como íamos dizendo...

Na entrada anterior chamámos a atenção para o facto de discordarmos, para o caso de Timor Leste, do uso do rendimento nacional para determinar o IDH já que uma parte significativa dos rendimentos nele incluídos, as receitas petrolíferas, nem chega a "cheirar" os ares do Tatamailau!
O quadro abaixo ilustra a diferença que resulta para o Índice de Desenvolvimento Humano da antiga e da nova metodologia. Como se pode verificar esta última é mais favorável que a anterior. Só que se trata de uma "falsa" melhoria por corresponder à contabilização de recursos que, de facto, não estão disponíveis para a comunidade, nomeadamente os indivíduos e as famílias timorenses.


Uma melhoria mais "verdadeira" será a que resultar de significativos avanços nas áreas da educação e da saúde dos timorenses. Muito já foi feito mas muitíssimo mais há ainda a fazer. Por "defeito profissional" e porque se trata de um investimento cujos frutos só se vêm no longo prazo, somos especialmente sensíveis à necessidade de introduzir melhorias no sistema de ensino. Já uma vez, há vários anos, numa conferência pública sobre os Objectivos do Milénio, chamei a atenção para a necessidade de se apostar cada vez mais na QUALIDADE do ensino em vez de, algo influenciados por uma lógica que os própios OdM fomentavam, se apostar tanto na QUANTIDADE. Corria-se --- e ainda se corre --- o risco de se reproduzir a mediocridade em vez da qualidade.

Em resultado desta nova metodologia o país sobe também uns pontos na escala dos países. No entanto, deve ser salientado de que não estamos perante uma "corrida" entre países. Do que se trata é, isso sim, de uma "corrida" do país consigo próprio, dentro da escala de 0 a 1 que é a do Índice. Isto é: quanto mais este estiver próximo do seu valor máximo, melhor é o nível de desenvolvimento humano dos seus cidadãos. Se temos os cidadãos de outros países "à frente" ou "atrás" de nós é inteiramente irrelevante para a felicidade dos nossos concidadãos...

1 comentário:

Noons disse...

O que é bom de vêr é que realmente tem havido melhoria, qualquer que seja o método usado. Isso é mesmo muito importante. Muito mais do que se estamos atráz destes ou daqueles.

E a qualidade da educação é sem dúvida de capital importância. De nada serve ter milhares de escolas se elas não estão a preparar a população para a realidade do país. Ou se estão todas a criar cientistas e doutores quando o que se quer é carpinteiros e pedreiros.

Agora começa a sêr também importante saber como se pode usar esses fundos para acelerar o desenvolvimento. Visto que estão agora a entrar na equação, torna-se importante saber como e onde os usar?