Vêm estes títulos a propósito da recente decisão tomada pelas autoridades timorenses de submeterem a uma avaliação independente o processo de construção das centrais térmicas.
Resta saber qual o verdadeiro âmbito do mandato que o grupo de avaliação vai receber.
Será que, como parece deduzir-se, é um mandato suficientemente aberto para que a análise seja feita no contexto da definição de uma política energética alternativa em que se enquadrarão, ou não, as referidas centrais ou é um mandato "curto", limitado à determinação das consequências da construção das centrais e do seu timing --- a qual é assumida como um dado adquirido com a "desculpa" de que já há, pelos vistos, contratos assinados?
E se, no quadro de um mandato mais "alargado", se chegar à conclusão de que as centrais não devem ser construídas? Como descalçam a bota?
Mas há um outro nível, eventualmente mais político, em que esta decisão deve ser analisada: o de que, pela primeira vez, as autoridades timorenses dão um passo (no bom caminho) em resposta a sugestões do que se convencionou chamar a "sociedade civil", numa manifestação de alteração de comportamentos anteriores que deve ser saudado --- e que se espera que se mantenha no futuro, seja qual for o "locatário" do Palácio do Governo. Mas também temos de convir em que o caso era tão "gritante" que era quase impossível fazer "orelhas moucas"...
PS - é, certamente, uma feliz coincidência mas é curioso notar que a decisão foi tomada nas vésperas da reunião de "parceiros de desenvolvimento" de Timor Leste. Não deixará de ser (muito) bem recebida por estes.
1 comentário:
Ver para crer Sr Professor.:)
Enviar um comentário