sexta-feira, 12 de setembro de 2008

De Timor a Macau e... "home, sweet home"


Pois é: deixei Timor no passado dia 4 de Setembro e passei 3 dias em Macau revisitando lugares e amigos a fim de tentar perceber as últimas novidades na evolução do outrora "Território" e hoje RAEM (Região Administrativa Especial de Macau) e dar por encerrado um texto que escrevi sobre a economia de Macau nos últimos anos da administração portuguesa e nos primeiros da administração chinesa.
Deu para perceber que a Região está cada vez mais dependente do jogo (essa história das convenções e espectáculos são apenas a cereja do bolo...) e que este está, como já tinha compreendido, a funcionar como o zero na multiplicação: é elemento absorvente, que tudo "mata" à sua volta, não deixando florescer actividades económicas que não lhe estejam subordinadas (como é o caso do sector do turismo/hotéis).
Por isso as exportações estão em queda, a inflação está em alta e as pessoas se queixam cada vez mais do custo de vida --- isto para não falar nas que, por encarecimento das rendas, são obrigadas a fechar os seus pequenos comércios ou a passar a residir no outro lado das "Portas do Cerco", que dividem a RAEM do resto da China ("Mainland China").

E o que é que isto tem que ver com Timor Leste? Nada e tudo... É que este tem no petróleo e suas receitas o seu "jogo" e ele pode vir também a tornar-se "elemento absorvente", dificultando o aparecimento de sectores económicos fortes e que permitam diversificar a economia, nomeadamente através da produção de bens exportáveis.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Dr. Almeida Serra
não podia estar mais de acordo consigo sobre a questão do petróleo ser "o jogo" de Timor.

por isso, enquanto assessor para o orçamento do Sr. PM Xanana, sempre que tive oportunidade, alertei-o para a necessidade de desenvolver a produção de bens alimentares para consumo interno mas tambem para exportação.

mas, pelo que percebo, pouco se tem feito nesse sentido.

a australia podia ter aqui um papel importante, mas tanto quanto sei - talvez o Sr. tenha mais e melhor informação, não conheço qualquer projecto na area da agricultura.

mas percebe-se, não vejo que a australia esteja interessada em desenvolver o sector. assim fica com mais um mercado para escoar os seus excedentes.

cumprimentos.

joao lopes