Pois é... Assim, devagarinho, ao fim de quase 40 anos a dar aulas no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa (ISEG/UTL), cheguei à n-ésima e última aula. Daqui em diante e até ao fim de Junho são os exames mas depois disso... a reforma espera-me lá mais para o fim do ano.
Mas o que é que isto tem que ver com a economia de Timor Leste? É que
1) aproveitando o facto de se comemorar a data da restauração da Independência do país, resolvi falar com os alunos sobre a economia de Timor Leste, particularmente os quês e porquês da vantagem de o país continuar, pelo menos para já, a usar o dólar americano como moeda nacional; e
2) inspirado pela situação do país fiz algumas considerações gerais sobre uma linha de força que deve ser reforçada nas "políticas económicas e sociais de desenvolvimento" --- nome da disciplina do Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional que lecciono e com que terminei a minha carreira docente oficial no ISEG --- da grande maioria dos países em desenvolvimento: a necessidade de reforçar o conjunto "políticas de desenvolvimento rural + políticas de desenvolvimento regional". Sem este reforço não vai ser fácil melhorar significativamente a situação da maior parte das pessoas, habitantes das zonas rurais.
Quanto ao tema específico de Timor Leste, trata-se de uma investigação que com uma colega tenho estado a fazer há algum tempo e que, no essencial, não encontra razões suficientemente fortes para alterar o actual statuo quo no país quanto à moeda corrente. Os perigos de alterar a situação pasando a emitir uma moeda nacional são bem maiores que as vantagens que poderiam, eventual mas não seguramente, advir po se passar a ter uma moeda emitida pelo banco central do país.
E assim, conversando sobre coisas sérias, cheguei às 19h25m de 19 de Maio de 2010... Ora oficial de encerramento da última aula...
1 comentário:
Parabéns pelo seu trabalho académico. Agora vai ficar com mais tempo para Timor (digo eu!)e este labarik bem precisa de pessoas como o senhor, para criar a sua própria massa cinzenta, sem a qual não haverá verdadeira independência.
Um casal de professores primários meus amigos, fazem as malas todos os anos e rumam ao norte de Moçambique. E eu digo assim: que excelente maneira de ocupar a reforma, sendo útil a estes povos que tanto precisam de professores.
Um abraço
Augusto Lança - Sines
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