quinta-feira, 17 de julho de 2008

Ai Maromak (2)!...

No "Ai Maromak!..." anterior o tema era a subida previsível do preço do petróleo até aos 200 USD/barril até ao fim deste ano civil. Agora o tema são as previsões sobre a evolução do preço internacional do arroz, alimento fundamental em Timor Leste.

Segundo o Rice Market Monitor editado pela FAO (a Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas) em Abril passado, o índice médio do preço do arroz nos períodos de Jan-Abr de 2007 e de 2008 foi, com 1998-200=100, de 129 no primeiro período e de 211 no segundo, que incluíu os meses em que os aumentos do preço do arroz foram maiores (64% de aumento do índice).
Importantes para esta evolução foram vários factores, nomeadamente as compras muito significativas efectuadas pelas Filipinas e o Bangladesh no mercado internacional devido a problemas com as suas próprias colheitas. Importante ainda foi a limitação que alguns países colocaram às suas exportações como forma de garantirem o abastecimento e os preços internos. Foi o caso da Índia e da Tailândia e, mesmo, do Vietname.
O boletim da FAO acredita que embora seja possível que os preços intenacionais venham a baixar nos próximos meses à medida que a produção deste entrar no mercado e graças à desistência das Filipinas de continuarem com as suas compras em grandes quantidades. Porém, os preços irão manter-se altos, não sendo de esperar o regresso aos preços anteriores às subidas do fim de 2007 e início de 2008 nomeadamente porque os custos de produção são agora mais elevados devido ao encarecimento dos fertilizantes e dos combustíveis.

Acrescente-se que o Agricultural Outlook 2008-2017 recentemente publicado pela OCDE e pela FAO estima que os preços médios em 2008/09 se fixarão nos 390,6 USD/ton, cerca de 10%acima dos 361 USD/ton de 2007/08. Isto é: é provável que os preços do arroz ainda venham a subir relativamente ao que conhecemos até agora..
Para 2009/10 a estimativa é de que o preço seja de 367,9 USD/ton. Depois de 2010/11 os preços deverão estabilizar-se nos cerca de 334 USD/ton até 2017/18.

Qualquer política de subsídio aos preços do arroz terá de contar com esta evolução no custo/médio prazo e dar rsposta à necessedidade de reduzir a dependência do país em relação ao mercado internacional do arroz, dinamizando a produção interna mas também, lentamente, tentando convencer os consumidores a diversificarem a sua estrutrua de consumo de alimentos, privilegiando os de produção nacional, nomeadamente o milho, a mandioca, a batata, as frutas, etc.

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