A Autoridade Bancária e de Pagamentos de Timor Leste, que é, na prática, o banco central do país, tem um 'site' na internet ( veja em www.bancocentral.tl) com muitas informações úteis, nomeadamente as estatísticas monetárias.
Pela sua consulta se pode ver a evolução mensal dos recursos do Fundo Petrolífero do país. Tendo iniciado a sua "vida" com uns "míseros" 247 milhões USD (equivalentes, hoje, a cerca de 157 milhões de euros), ele dispõe hoje de activos financeiros que estavam avaliados (ao preço do mercado bolsista) no final de Abril passado em um pouco mais de 2800 milhões USD (1780 milhões de euros).
O gráfico que apresentamos indica também as variações mensais do Fundo. Graças ao rápido crescimento dos preços do petróleo passou-se de aumentos mensais de cerca de 60-70 milhões de USD para os recentes 175 milhões de Fevereiro e Abril e 255 de Março --- uma média de 180 milhões USD em cada um dos 4 meses de Janeiro a Abril/2008.
Se se mantiver este ritmo de crescimento o Fundo aumentará mais de 2000 milhões USD durante todo o ano de 2008, fazendo o seu saldo total passar para cerca de 4000 milhões (uma duplicação em um ano, já que o saldo no final de 2007 era de perto de 2100 milhões).
Note-se que estes valores vão fazer subir significativamente os valores que, MESMO COM A ACTUAL LEI do Fundo Petrolífero, o Governo poderá retirar para financiar o Orçamento Geral do Estado de 2009.
A situação começa a ser "perigosa" no sentido de que as verbas que poderão ser retiradas para o OGE poderão ultrapassar significativamente a capacidade de gastar, com eficácia, os dinheiros públicos. E daí ao desperdício e ao julgar que "estamos ricos!, estamos ricos!" é um passo que, infelizmente, é fácil de dar. Mas que tem de ser evitado.
PS - pois é... Na mensagem inicial dissemos que não era nossa preocupação fundamental o acompanhamento do dia a dia da evolução da economia de Timor Leste. Com esta 'entrada' parece que nos estamos a contradizer. São coisas... Note-se, porém, que o facto de a nossa "preocupação fundamental" não ser essa não quer dizer que, de vez em quando, não metamos a nossa colherada de natureza essencialmente informativa sobre a evolução da economia do país... Assim será.
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