quarta-feira, 1 de julho de 2009

(Quase) suspensão temporária dos trabalhos...

Encontrando-me presentemente a desempenhar funções de consultor económico do "banco central" de Timor Leste, a Autoridade Bancária e de Pagamentos (ABP), não me parece ético debruçar-me aqui sobre questões da economia do país pois corro o risco de ser (mal) interpretado como transmitindo posições oficiosas (no mínimo...) da instituição a que estou (agora) ligado. O que NUNCA seria o caso.
Assim sendo, decidi "hibernar" o mais possível, limitando-me a, de quando em vez, dar sinal de vida com informações económicas que me parecem pertinentes mas sem tecer grandes comentários sobre elas. A não ser, por exemplo, nos casos de informações que não digam directamente respeito à economia do país ou, dizendo-o, sejam relativamente "neutras".

Por exemplo, registe-se aqui a grande queda que se espera este ano para a colheita do café em Timor Leste depois de, no ano passado, se ter verificado uma colheita boa. Um cultivador disse-me que espera colher cerca de 1 ton contra as 6 do ano passado. Outro informador diz-me que a queda, que é real, se deve situar, provavelmente, nos cerca de 50%, variando de região para região do país e dependendo da idade das plantas, com as mais velhas --- a maioria? --- a sofrerem a maior queda de produção.
Trata-se de um ciclo normal de colheitas boas e más a que não são estranhas alterações do clima provocadas, nestas paragens, pela sucessão de ciclos de "El Niño" e de "La Niña".

Esta queda da produção verificou-se também num dos principais produtores mundiais de "arabicas", a Colômbia, levando o preço destes cafés a aumentar significativamente (p.ex, em Maio de 2008 o preço do arábica da Colômbia estava a cerca de 3,16 USD/Kg no mercado de Nova York e em Maio passado esteve a 4,97 USD/kg.
O café robusta, por sua vez, baixou de preço (de 2,42 USD/Kg para 1,70 USD/kg no mesmo período).

Resultado: espera-se para este ano uma queda importante das receitas de exportação de café do país, dependendo a importância da queda do valor da evolução do preço que se verificar, particularmente do "arábica", o de melhor qualidade. Muitos produtores estarão a atrasar a venda do café que produziram na esperança de o preço, face à queda da produção, aumentar.

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