Numa das páginas do relatório do Artº IV a que fazemos referência na 'entrada' anterior vê-se a seguinte "caixa de texto". Pelo seu interesse permitimo-nos deixar aqui a referida página, em que se pode ver um mapa com os locais de produção (actuais, como Bayu-Undan, ou previstos, como o Greater Sunrise) e um gráfico com a evolução previsível das receitas de exploração do petróleo e do gás (a maior riqueza até é de gás, já vendido para o Japão).
Note-se que o campo petrolífero em produção, Bayu-Undan, já atingiu o máximo da sua produção anual, indo a mesma decaindo ao longo do tempo até meados da década de '20.
Este "perfil de vida" do campo é o usual na indústria extractiva de petróleo: a produção máxima de um campo é atingida poucos anos (3-4) depois do início da exploração e esta tende a durar, no total, cerca de 20-25 anos.
Daí o ser necessário fazer uma reserva de recursos que prepare o país para o pós-petróleo. É essa a principal função do Fundo Petrolífero de Timor Leste, um "fundo soberanos" cujos activos são apenas de natureza financeira e, até ao momento, apenas em dólares americanos.
Ainda que se acredite haver alguns poços por descobrir no Mar de Timor, é muito possível que a vida útil total deles não ultrapasse os anos '40 ou '50 deste século. O que é já amanhã!...
PS - "Pequena" legenda para os mais leigos no assunto: a JPDA é a "Joint Petroleum Development Area" acordada entre Timor Leste a Austrália e que durará até que estas --- na verdade a Austrália --- decidam estabelecer um acordo sobre as fronteiras marítimas definitivas. Lá para 2055, mais ou menos.
A zona a amarelo no mapa corresponde às áreas sob total jurisdição timorense e cujos contratos de pesquisa (e futura e eventual exploração) já foram assinados (nomeadamente com a italiana ENI).
A zona a verde corresponde às áreas concessionadas da JPDA.
Como se pode verificar, o Greater Sunrise, a zona de exploração de que ainda se discute onde vai ser instalada a fábrica de liquefação do gás natural para permitir que ele seja transportado (para o Japão), está só parcialmente dentro da JPDA. Como as fronteiras definitivas naquela área poderão vir a ficar mais a oriente que o actual limite "à direita" da área de exploração conjunta, Timor Leste e a Austrália acordaram em que as receitas serão distribuídas igualmente entre os dois países, ao contrário do que acontece com Bayu-Undan, em que Timor recebe 90% dessas receitas.
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