As estatísticas monetárias publicadas pela Autoridade Bancária e de Pagamentos são uma das principais fontes de dados de interesse sobre a economia do país, particularmente sobre o seu circuito monetário/financeiro.
Pela consulta das mesmas se pode verificar que desde meados de 2007 que os depósitos no sistema bancário do país têm vindo a crescer significativamente, tendo no ano de 2010 aumentado cerca de 12%: dos quase 260 milhões USD para os 292 milhões.
Por outro lado, o crédito ao sector privado (recorde-se que NÃO há em Timor crédito ao sector público pelo que a dívida deste é "0" --- zero!) tem mantido uma grande estabilidade ao longo do tempo, andando, em média, em torno dos 100 milhões de USD.
Se esta é uma tendência de longo prazo, a verdade é que no último ano ele cresceu cerca de 10 milhões de USD, cerca de 10% do total.
Temos, pois, que um dos "problemas" do nosso sistema bancário é, ao contrário do que se passa noutras paragens, um excesso de liquidez que não consegue ser absorvido pelos empréstimos concedidos, fazendo com que o stock de depósitos seja sensivelmente o triplo do do crédito.
Este "problema" estrutural significa, principalmente, que a economia não está em condições de utilizar produtivamente uma parte muito importante dos recursos de que dispõe. Isto deve-se a muitos factores mas para nós é evidente que, para além de alguns de natureza económica, os mais importantes são, pelo menos nesta fase, de natureza institucional. Estes, que não são necessariamente fáceis de resolver, são, no entanto, susceptíveis de serem minimizados de forma importante. Assim haja "o engenho e a arte" por parte dos legisladores para "deitarem abaixo" alguns dos "muros" que se levantam, nomeadamente quanto ao uso de garantias reais para os empréstimos e ao funcionamento do sistema de administração da justiça.
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