sábado, 30 de janeiro de 2010

Dar a mão à palmatória

Depois de ter inserido a "nota" abaixo apercebi-me que ela já tinha sido desmentida pelo Governo da RDTL. Ainda bem que a "negociata" propagandeada pela empresa chinesa não passa, pelos vistos, de uma manobra disso mesmo: propaganda da empresa.
Mas que convinha esclarecer melhor os papéis de alguns dos agentes envolvidos na "negociata", isso convinha... Até para que situações semelhantes deste tipo não se repitam e prejudiquem a imagem de entidades públicas timorenses, "maxime" o próprio Governo.
As minhas desculpas aos leitores.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

"Tu dás-me um bananal e eu dou-te um cacho de bananas!"

Sem comentários (escritos... Porque em pensamento há muitos...):


"Sino Land Supply Green Green Foods ao Timor Leste Com o Acordo de Cooperação
NOVA YORK, NY e Guangzhou, China - (Marketwire - 01/11/10) - Sino Green Land Corporation (OTC.BB: sgla), um dos principais distribuidores na China de frutas e legumes de alta qualidade, anunciou hoje a assinatura de um acordo de cooperação com representantes de Timor Leste para fornecer alimentos verdes a Timor Leste, um país do sudeste asiático, com uma população de 1,2 milhões de pessoas. Os embarques de frutas de alta qualidade, vegetais e alimentos verdes são esperadas começar em Janeiro de 2010.

Anson Sr. Fong, Presidente, declarou: "Depois de ampla discussão e uma análise aprofundada das nossas operações e instalações, temos o prazer de anunciar este acordo de cooperação com representantes de Timor Leste para fornecimento de frutas de alta qualidade, vegetais e alimentos verdes para o país . Esses representantes locais têm relações próximas e recursos que darão apoio à nossa penetração no mercado local. Dinamizando os canais de importação de Timor Leste através de transferências directas da China, o preço das frutas, verduras e alimentos verdes fornecidos pela Sino Green Land será a preços muito competitivos, beneficiando a população local.
Após a penetração no mercado local, a Sino Green Land tem planos para cooperar com o Ministério da Agricultura de Timor Leste para desenvolver um local para a plantação de alimentos verdes em Timor Leste, onde iremos fornecer aos agricultores locais apoio em termos de tecnologia, plantio, colheita e comercialização de alimentos verdes. Essa é uma importante expansão geográfica para Sino Green Land e estamos animado sobre a oportunidade. Esperamos desenvolver uma forte presença de mercado na região, com o apoio do governo local. O nosso objetivo é conseguir a quota de mercado de cerca de 25% em Timor Leste até ao final de 2010
. "

http://ir.stockpr.com/sinogreenland/company-news/detail/73/sino-green-land-to-supply-green-foods-to-east-timor-through-cooperative-agreement

Taxa de fecundidade

A "taxa de fecundidade" representa o número médio de filhos por mulher em idade de procriar (dos 15 aos 49 anos). Timor Leste, com 6,53, tem a 7ª maior taxa no mundo.
O primeiro é o Níger, com 7,19; Portugal está em 164º lugar, com 1,46 filhos/mulher. Dos países mais industrializados o Japão (215º lugar), com 1,22 filhos/mulher, é o que tem a taxa mais baixa.
A média mundial é 2,55. A Indonésia tem uma taxa de 2,18 e a Papua Nova Guiné de 3,78 filhos por mulher. Será que não é possível fazer baixar rapidamente esta taxa em Timor Leste? Para quando uma política decidida (e decisiva) nesse sentido?



Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_fertility_rate citando http://www.un.org/esa/population/publications/wpp2006/WPP2006_Highlights_rev.pdf

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Um texto do FMI sobre corrupção

Em 1997 o FMI publicou um texto intitulado "Why worry about corruption?", de Paolo Mauro. Desse documento retirámos a parte relativa às principais consequências da corrupção. Veja abaixo, sff. Desculpem a "incomodidade" de ir na língua original.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Brincadeirinha com alguns números...

Uma das ligações mais conhecidas entre variáveis económicas e que serve de base a algumas interpretações sobre o funcionamento da economia e sobre a política económica é a relação entre as variações da massa monetária (grosso modo, o dinheiro disponível na economia) e a taxa de inflação.
Diz a teoria que há uma tendência a que a taxa de inflação seja mais elevada quando há mais dinheiro em circulação --- ou, melhor, quando se aumenta mais a oferta de moeda.
Isto é, haverá uma correlação positiva entre a taxa de inflação e a taxa de variação da moeda. Note-se que isto tem uma certa lógica: se se coloca mais dinheiro nas mãos dos consumidores E SE NÃO HOUVER UM AUMENTO CONCOMITANTE DA OFERTA DE PRODUTOS é "natural" que a maior quantidade de dinheiro disponível faça com que o preço de cada produto seja mais elevado. Isto é, que haja inflação.
No gráfico abaixo representámos a evolução da taxa de variação da "massa monetária" tal como identificada nas estatísticas monetárias publicadas pela ABP e a taxa mensal de inflação calculada pela Direcção Nacional de Estatística a partir do Índice de Preços no Consudimor (em Dili).


Como se pode verificar, há uma grande instabilidade da taxa de variação da massa monetária e uma muito menor instabilidade da taxa mensal de inflação, o que dá uma primeira informação (visual) sobre a reduzida relação, no caso de Timor Leste, entre as duas variáveis.
Mas há um conceito de estatística que nos pode ajudar aqui: o de "coeficiente de correlação":
"O coeficiente de correlação de Pearson é uma medida do grau de relação linear entre duas variáveis quantitativas. Este coeficiente varia entre os valores -1 e 1. O valor 0 (zero) significa que não há relação linear, o valor 1 indica uma relação linear perfeita e o valor -1 também indica uma relação linear perfeita mas inversa, ou seja quando uma das variáveis aumenta a outra diminui. Quanto mais próximo estiver de 1 ou -1, mais forte é a associação linear entre as duas variáveis" [e quanto mais perto de zero estiverem mais 'independentes' elas são uma da outra - AS]
No caso de Timor Leste. o coeficiente de correlação entre a taxa de variação da massa monetária e a taxa de inflação (ambas mensais) nos 7 anos compreendidos entre Julho de 2002 e Julho de 2009 é de 0,059.
Este valor, por ser positivo, confirma a teoria de que ambas as taxas variam no mesmo sentido. Porém, o seu (muitíssimo) baixo valor absoluto diz-nos que a relação entre uma e outra das variáveis é quase inexistente.
Ainda que das correlações não se devam retirar, normalmente, nexos de causalidade --- do tipo "o comportamento de uma das variáveis é causa do comportamento da outra" --- a verdade é que parece demonstrado que a variação da massa monetária quase não influencia os preços em Timor Leste.
As causas da taxa de inflação no país têm, pois, de ser procuradas noutros "locais". Nomeadamente no comportamento dos preços de importação e da sua repercussão no conjunto da economia. Mas não só.

Post scriptum da mensagem anterior

Olhando ainda para as estatísticas monetárias publicadas pela ABP, nota-se que em Novembro e Dezembro de 2009 houve acréscimos significativos dos "Activos Líquidos Face à Administração Central" nas contas do banco central.
A expressão refere-se ao montante (líquido) dos depósitos do Governo junto da ABP. Os seus valores eram de 60,9 milhões de USD em Outubro, 114,5 em Novembro e 162,5 em Dezembro passado. Esta evolução denota que os referidos (cerca de) 300 milhões de transferências para a conta do OGE deverão ter ocorrido nos dois últimos meses de 2009.
O Governo começou, pois, o ano de 2010 com 162,5 milhões de USD na sua conta junto do banco central, o equivalente a cerca de um trimestre de despesas orçamentadas para este ano. Curioso que o levantamento total do ano terá ultrapassado em cerca de 100 milhões de USD o "rendimento sustentável" calculado para 2009 (408 milhões), o que aconteceu pela primeira vez.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Fundo Petrolífero de Timor Leste: capital no fim de Novembro/09

De acordo com as Estatísticas Monetárias disponíveis no 'sítio' da Autoridade Bancária e de Pagamentos de Timor Leste o capital do Fundo Petrolífero era, no fim de Novembro passado, de 5.464 mil milhões de USD.
O gráfico abaixo mostra a evolução mensal do capital do Fundo ao longo da sua vida (início: Setembro/2005). Assinalados a vermelho estão os valores no final de cada ano desde 2005.
Como se pode verificar, em 2007 houve um acréscimo de cerca de 1000 milhões e em 2008, graças ao grande aumento do preço médio do petróleo, um aumento de um pouco mais de 2000 milhões. A diminuição do preço do petróleo em 2009 relativamente a 2008 (de quase 100USD/barril para pouco mais de 60) deverá fazer baixar o acréscimo registado durante o ano passado para os cerca de mil milhões (valores a confirmar ou infirmar quando for publicado o relatório do Fundo relativo às suas operações durante o quarto trimestre de 2009 durante os primeiros dias de Fevereiro).

Como, segundo os relatórios trimestrais do FP já publicados, o Governo tinha pedido até ao fim de Setembro passado a transferência de (apenas) 200 milhões de USD do Fundo para o OGE, admite-se que o resto do levantamento autorizado pelo Parlamento tenha sido efectuado durante o último trimestre de 2009. Estarão em causa cerca de (mais) 300 milhões de USD.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A economia da Indonésia: situação actual e evolução no futuro próximo

O ANZ publica um boletim sobre as economias emergentes da Ásia, em que se inclui a Indonésia. Abaixo pode ver as duas páginas de informação sobre o país.
De realçar os seguintes pontos:

1 - a retoma do crescimento económico graças a um aumento do consumo privado e, principalmente, das exportações (possível graças à lenta recuperação da economia mundial, particularmente das economias mais avançadas);
2 - as expectativas de redução da taxa de inflação;
3 - a progressiva valorização da rupia face ao dólar americano; e
4 - o (lento) aumento as taxas de juro, acompanhando a esperada subida das mesmas nos mercados internacionais.

Esta subida das taxas de juro é também uma forma de procurar reter no país recursos que poderiam ser tentados a sair devido à desvalorização do dólar e, mesmo, procurar atrair novos recursos para ajudar a equilibrar as contas externas.

Informações sobre a economia de Timor Leste publicadas pelo ANZ

Com data de Novembro passado o ANZ publicou mais um número do seu boletim Pacific Quarterly em que divulga informações sobre as economias do Pacífico --- Timor Leste é incluido neste grupo. Veja abaixo a informação divulgada.

Na parte geral do documento faz-se uma interessante análise da alteração da estutura dos fluxos de comércio internacional nos países da região. Como se pode verificar, entre 1998 e 2008 jouve uma redução significativa da importância relativa das compras desses paíse às economias "avançadas" (incluindo Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, União Europeia e Japão) em benefício principalmente da China e de Singapura.


A crescente integração económica/comercial dos países do Pacífico com a China é, segundo o banco, o resultado "do contínuo apetite da China por recursos naturais e por investimentos no exterior e ajuda externa."

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Estimativa de evolução do preço médio do petróleo

O boletim de inverno do Banco de Portugal hoje publicado diz o seguinte (pg 14) sobre a evolução previsível do preço do petróleo em 2010 e 2011:

"em termos médios anuais este perfil implica uma redução do preço [médio anual] do petróleo de 98 USD/barril para cerca de 62 dólares em 2009, seguida de um aumento para perto de 80 dólares o barril em 2010 e de 86 em 2011."

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Novo texto do Banco Asiático de Desenvolvimento sobre Timor Leste

O ADB acaba de publicar um novo texto em que aborda questões do desenvolvimento económico de Timor Leste. Trata-se de

ROLAND-HOLST, David e outro Trade and growth horizons for Nusa Tenggara Timur and Timor-Leste, ADB, Manila, Nov2009.

Para aceder ao ficheiro (pdf) cique aqui, sff