domingo, 9 de agosto de 2009

Evolução da taxa de juro média dos empréstimos

É sabido que o sistema bancário de Timor Leste é constituído basicamente pelas agências de três bancos estrangeiros (um português, um australiano e outro indonésio) e pela Instituição de Micro-Finanças, um "quase-banco" dedicado ao sector específico do micro-crédito.
Curiosamente, apenas uma das agências bancárias --- que na prática têm um funcionamento que nos permite usar para eles a designação corrente de "bancos" --- pratica uma política de taxa de juro para os empréstimos que concede que fazem esta evoluir ao longo do tempo. De facto, a uma componente fixa o banco adiciona uma outra móvel que corresponde actualmente à taxa de juro LIBOR a 3 meses, que actualmente não chega aos 2%. Os outros "bancos" fixaram uma taxa de juro activa aquando da sua instalação e têm-na mantido inalterável ao longo dos anos.
Isto demonstra que as taxas de juro são essencialmente influenciadas por factores quase todos eles externos ao funcionamento da economia nacional, nomeadamente a taxa de inflação. Note-se, no entanto, que um dos principais determinantes da taxa de juro, o risco-país, não pode deixar de ser considerado como estando relacionado com a evolução da situação económica (mas também política) do país.

Apesar da rigidez da componente fixa da taxa de juro nos vários bancos, a taxa média de juro, resultante da ponderação da taxa praticada por cada um pelo peso do respectivo banco no total do crédito concedido à economia, tem evoluído desde o início de 2007 de acordo com o gráfico abaixo.


A descida verificada está relacionada com a queda da taxa de juro na maior parte dos mercados internacionais, nomeadamente desde que os Estados Unidos e a Zona Euro decidiram fazer baixar significativametne as taxas de juro nos respectivos mercados como forma de combaterem a crise económica que defrontam. A evolução não resulta, assim, de uma política deliberada de actuação do banco central de Timor Leste, a Autoridade Bancária e de Pagamentos, já que esta, por não emitir moeda nacional, não dispõe de instrumentos de política monetária suficientemente eficazes para influenciar as taxas de juro. Porém e como se verifica, isso não tem impedido que elas desçam de forma notória.

De acordo com a política comercial do próprio banco e a avaliação que faz da "saúde financeira" dos seus clientes, cada um pratica taxas diferenciadas, mais baixas, para os seus melhores clientes, rondando a prime rate para eles os cerca de 8-9%.

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