Se não decidem, decido eu: comecemos pelas más!
O FMI acaba de publicar a edição da primavera (Abril) do seu World Economic Outlook, seguramente a sua principal publicação de análise e prospectiva da evolução da economia mundial.
O quadro abaixo sintetiza as suas projecções mais recentes e refere também as diferenças entre elas e as anteriores, publicadas em Janeiro passado e que, por sua vez, reviam em baixa outras efectuadas em Novembro de 2008.
Como se pode verificar, o panorama económico mundial para 2009 é cada vez mais sombrio pois se admite agora que a produção global vai ter um crescimento negativo de -1,3% quando em Janeiro se admitia que ela crescesse 0,5% --- o que era, já de si, uma previsão "miserável" face aos 2,2% de Novembro/08 ...
Uma recuperação do crescimento para terreno positivo só se verificará em 2010, quando se espera (agora...) que o produto mundial aumente 1,9%, ainda assim bem longe dos 3% para esse ano que se previam há 3 meses atrás.
Claro que o maior "trambolhão" no crescimento vai ser o das economias mais avançadas, com uma quebra (em 2009) de 3,8% relativamente a 2008 e um "crescimento zero" em 2010.
Esta queda da produção deve ser vista em articulação com a enoooooorme queda que se vai verificar no comércio mundial. De facto, as importações das economias mais avançadas deverão sofrer uma queda de 12,1% (e as exportações ainda maior: -13,5%).
É esta queda do comércio mundial, particularmente das economias avançadas, que servirá de "motor de transmissão" de efeito para as economias em desenvolvimento, que verão as suas exportações baixarem 6,4% em relação ao ano passado.
Vamos à(s) boa(s) notícia(s) --- para Timor Leste...? Ela é de que o preço médio do petróleo, que se estimava em Janeiro vir a ser de 50 USD/barril em 2009 e de 60 USD/barril em 2010, deve sofrer, segundo as últimas estimativas do FMI, um ligeiro aumento para 52 USD/barril em 2009 e para 62,5 USD/barril em 2010.
Naturalmente que estas previsões são boa notícia para o Fundo Petrolífero de Timor Leste e para o "rendimento sustentável" que vai financiar o OGE. Mas atenção: é uma boa notícia face às perspectivas existentes há 3 meses atrás. Porque a verdade é que a estimativa de 52USD/barril continua a estar abaixo das que estiveram na base do cálculo do "rendimento sustentável" e do OGE de 2009 quando este foi elaborado inicialmente.
Veremos como o Governo lida com esta evolução do preço médio do petróleo na (inevitável) revisão orçamental que costuma ser feita a meio do ano.
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