quinta-feira, 19 de abril de 2012

Timor Leste no World Economic Outlook, Abril2012, do FMI

O Fundo Monetário Internacional acaba de publicar a edição de Abril de 2012 do seu relatório semestral World Economic Outlook. O anterior era de Setembro passado.
Com ele é publicada uma extensa base de dados estatísticos de todos os membros do Fundo, incluindo Timor Leste.
Sempre interessado no que a instituição diz sobre o país fomos espreitar os dados estatísticos e verificámos que há uma novidade relevante: a estimativa para a taxa de inflação em 2012.

De facto, no número de Setembro passado previa-se para a taxa de inflação deste ano o valor de 6%, valor esse partilhado com o Governo de Timor Leste.
Cinco meses depois, em Fevereiro passado, o Fundo publicou o seu relatório anual de análise da economia de Timor. Nele o Fundo reviu em alta as suas previsões para a taxa de inflação em 2012, passando dos 6% para os 8%.

Agora, dois meses volvidos, nova revisão e desta vez bem "forte": a estimativa passou a ser de 13%, praticamente igual à do ano passado (2011).

Isto é, em 6 meses a estimativa passou dos 6% para os 13%, mais do dobro.

Claro que nos espanta uma revisão tão profunda, pouco usual numa economia cujos dados essenciais já eram conhecidos e cujas alterações verificadas parece não justiticarem tão profunda revisão da estimativa.
Não fazemos esta referência de forma "maldosa" mas sim para sublinhar o que nos parece evidente desde há muito: a "juventude" da economia do Timor Leste independente não dá grandes passibilidades de se fazerem estimativas sobre a inflação com um grau de confiança grande no resultado final. Temos, de facto, de estar sempre dispostos a mudar aquilo que nos parecia correcto há uns meses atrás. A realidade mudou (?) e nós temos que segui-la.

Este número levanta duas questões (pelo menos): em primeiro lugar, saber se a estimativa não será um pouco "esdrúxula"; e em segundo, começar a pensar em "o que fazer" perante uma expectativa do país voltar a ter, como no ano passado, uma taxa de inflação tão elevada.

Quanto ao primeiro ponto, tal como achávamos a estimativa de 8% feita em Fevereiro "baixa" agora tendemos a coçar o alto da cachimónia face à previsão de 13%. Sem "juras" e contando que não haja grandes "catástrofes" do lado da economia internacional (nomeadamente o preço do petróleo e do arroz e a evolução do câmbio do dólar americano face à dos nossos principais parceiros económicos) nem grandes "loucuras" do lado dos gastos públicos para se tentar ganhar eleições (qualquer governo terá tendência a fazer isso, seja ele de que cor seja...), não nos admirava se a taxa de inflação deste ano ficasse dentro do intervalo (ainda largo...) de 9-11%.
A ver vamos...

Quanto ao segundo ponto, têm a palavra os políticos... Mas alguma coisa já ficou dita: nada de "loucuras" nos gastos públicos para ganhar eleições...

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