segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ainda o empréstimo japonês

Desde há muitos anos que nos meios da cooperação para o desenvolvimento se barafusta contra a ajuda "ligada". Esta caracteriza-se por, em muitos projectos apoiados pelos doadores, estes obrigarem ao uso de recursos marteriais e humanos (fornecimentos vários, empresas, consultores) do país doador que assim acaba por, por vezes, ajudar mais as suas próprias empresas e pessoal especializado do que o país beneficiário, que poderia eventualmente comprar mais com o mesmo dinheiro.
Também nós partilhamos dessa ideia genérica mas em certos casos --- eu sei: não devia dizer o que vou dizer... --- quase preferíamos que houvesse alguma "ligação" da ajuda...
Neste caso não se trata verdasdeiramente de ajuda mas de um empréstimo que acabará por ser pago por Timor-Leste e por isso faria (ainda) menos sentido que se impusessem condições ao uso dos recursos do tipo "toma lá o empréstimo mas olha que o dinheiro é para ser usado na contratação de uma empresa japonesa de construção de estradas..." e não para pagar ao amigo do amigo do amigo do X, Y ou Z...
Pois...

O pior é que com a qualidade de muitas estradas que nos habituámos a ver por esse país fora não sei se não abriria aqui uma excepção... Isto é: acho que aqui se jutificaria que houvesse algum tipo de "ligação" do empréstimo em, pelo menos, duas fases essenciais: a da concepção do projecto da estrada Dili-Baucau e estabelecimento do respectivo "caderno de encargos", por um lado, e a fiscalização da obra, por outro... É que o seguro morreu de velho e ando desconfiado que em vários casos o Estado timorense anda a "pagar gato por lebre"... Isto é, a "comer" "gato" vadio e pagar como se fosse "coelho" tenrinho e saboroso...;-) (ai que saudades!...).

Mais uma vez: para ser "politicamente correcto" não deveria dizer o que disse. Mas "prontes"!... Tá dito!...

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