segunda-feira, 26 de março de 2012

Inflação homóloga em Fevereiro/2012: 12,7%

A Direcção Nacional de Estatística acaba de divulgar os dados da inflação relativos a Fevereiro.
Numa queda significativa relativamente à taxa registada em Janeiro/12, a taxa de inflação homóloga passsou de 17,7% para 12,7%, uma queda de 5 pontos percentuais. Esta queda deve-se principalmente à redução das taxas no grupo da "alimentação", que baixou de 20,2 em Janeiro para 13,8% em Fevereiro.
Note-se que a taxa mensal de variação do conjunto do "cabaz" que serve para calcular o Índice de Preços no Consumidor foi de -0,7% quando em Janeiro tinha sido de +1,4% e em Dezembro/2011 fora de +3,7%.
Quanto à alimentação, que é o grupo de maior importância no índice de preços (56,7%), a taxa mensal, que em Dezembro/11 tinha sido de 4,7%, seguidos de 1,1% em Janeiro, foi de -1,3%.
Esta é uma alteração muito significativa. Recorde-se que em Fevereiro de 2010 a taxa mensal tinha sido de +1,1% e no mesmo mês de 2011 foi de ... +3,7%!

Que tipo de produtos terão reduzido mais os seus preços relativamente ao mês anterior (queda essa traduzida por taxas negativas de inflação)? Segundo as estatísticas publicadas, terão sido a "carne e derivados" (uma taxa de -3,1% em Fevereiro quando em Dezembro tinha subido 16,2%!) e os "cereais e seus derivados", dos quais o principal é o arroz. Este grupo terá visto os seus preços dimuirem 2,4% (taxa de -2,4%), depois de em Janeiro terem subido 3%. Os vegetais terão conhecido uma diminuição de 0,6% em Fevereiro relativamente a Janeiro (taxa de -0,6%).

Admitimos que esta redução dos preços da alimentação relativamente aos meses anteriores --- que, no entanto, ainda os deixou 13,8% acima dos do mesmo mês do ano passado --- se deve a uma produção agrícola satisfatória no contexto de uma época das chuvas que, apesar de tudo, não terá sido tão rigorosa como no ano passado, por exemplo.

Esta variação dos preços fez baixar a nossa estimativa para a taxa média anual de todo o ano de 2012 para os cerca de 9,5%, uma queda de cerca de 0,5 pontos percentuais relativamente à estimativa anterior. À medida que os valores mensais sobre a evolução dos preços forem sendo publicados ao longo do ano iremos "afinando" esta nossa estimativa.