Numa "entrada" do blogue da La'o Hamutuk sobre as centrais eléctricas em construção em Timor Leste diz-se a certa altura:
"Hardly any Timorese workers are employed. In January 2009, the Prime Minister told Parliament that “this project will in itself create over 20,000 jobs already in 2009,” but by 28 May 2010, CNI22 had hired only 155 Timorese workers."
O que me despertou a atenção foi a referência à afirmação de que o projecto permitiria criar, ainda em 2009, 20.000-vinte mil-20.000 empregos ("jobs").
Referências deste tipo são useiras e vezeiras em documentos sobre investimentos públicos. Foi o caso, por exemplo, do chamado "pacote referendo", cujo relatório final declarou, alto e bom som, que ele teria criado nada mais nada menos que 84.684 empregos. Nem mais, nem menos!
O problema é que o conceito de "emprego" não é definido. Emprego com que duração? Dias? Meses? Um ano? Empregos temporários? Mais ou menos permanentes? Fica-se sem se saber. Serão, neste último caso, 84.684 homens/dia de trabalho? Serão homens/mês? Népia! Não se sabe!...
Repare-se que este valor corresponderá, sensivelmente, ao volume da mão-de-obra que entra no mercado de trabalho de Timor Leste ao longo de cerca de 4 anos... Não podem ser, portanto, empregos mais ou menos permanentes. Se assim fosse o país estaria face a uma grave crise de falta de mão de obra e seria um paraíso para os potenciais emigrantes na região.
O mesmo, na dimensão equivalente, se pode dizer da pretensão de que a construção das centrais iria proporcionar 20 mil postos de trabalho.
Porque não são rigorosos no que pretendem dizer? Digam 20 mil homens/mês ou outra qualquer medida. Dizer apenas "20 mil postos de trabalho" é o mesmo que nada! Rigor, sff! Please! Ok?!...
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