quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O que vai acontecer ao preço da energia? Ouviste, Timor Leste?!...

O Samsung Economic Research Institute, uma das instituições mais credenciadas de investigação económica da Coreia (do Sul, claro...) publicou recentemente um boletim que inclui um artigo muito interessante intitulado Is commodity super-cycle ending?. A resposta do artigo aponta para um mais ou menos claro "sim", ainda que ele seja mais claro nuns casos (numas commodities) do que noutros.

 
Como se pode verificar pelo gráfico acima parece estar-se a atingir o "pico" do actual ciclo de subida de preços das matérias primas, que começou em 1997-98. Desde então os preços das commodities têm aumentado sistematicamente mas, passados cerca de 15 anos, parece que há sinais de que a subida parou e vai começar um ciclo, relativamente longo (o anterior durou cerca de 17-18 anos), de descida dos preços.
 
A Timor Leste interessa-lhe fundamentalmente o que se irá passar no conjunto dos preços da energia e, em particular, do petróleo bruto (crude) e do gás natural. O gráfico abaixo ilustra o que se passou até agora e "dá um cheirinho" do que está para acontecer.
Como se pode verificar, a descida do preço do gás natural começou nos finais da década passada e o artigo defende que há vários factores que apontam para que a tendência do futuro próximo vá no mesmo sentido. O mesmo acontecerá ao petróleo bruto.
 
 
Neste caso, a previsível intensificação da extração do petróleo a partir dos chamados xistos betuminosos (shale oil), em que países como os Estados Unidos e, pricipalmente, a China são muito ricos vai, provavelmente, pressionar os preços no sentido da sua redução embora outros factores (ex: aumento do grau de urbanização na China) "joguem" em sentido contrário. O balanço final parece ser, porém, no sentido da baixa do preço do petróleo.

Quanto ao gás natural --- a maior riqueza de Timor Leste ---, as perspectivas parecem ser igualmente "razoavelmente más"... em boa parte por causa do gás de origem betuminosa. O mapa abaixo dá uma ideia das zonas do globo mais ricas neste tipo de gás natural. Como se pode verificar, países como os Estados Unidos, o Canadá, o Brasil e a China têm grandes reservas e a aposta que este último país está a fazer no aumento da sua produção pode resultar numa descida do preço do gás natural a nível mundial.


Se se vier a confirmar a tendência para os ciclos de descida de preços de 15-18 anos, então Timor Leste tem que "se cuidar" não só em relação às receitas a obter da zona de Bayu-Undan, a única actualmente em exploração, mas também do Greater Sunrise, cuja exploração parece estar a ser "empurrada" para o período de preços mais baixos. Olho vivo!...

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