A FAO, a organização da ONU para a agricultura, acaba de divulgar o boletim sobre a evolução dos preços internacionais do arroz.
Por ele pode-se constatar que entre Abril do ano passado e Abril deste ano os preços do arroz com origem no Vietname (de onde vem a esmagadora maioria do arroz importado por Timor Leste) baixaram quer nas qualidades mais altas quer nas mais baixas. Infelizmente os dados divulgados dizem respeito apenas ao arroz com 5% de quebra (o melhor) ou com 25% de grãos "quebrados". Da lista não consta o de 15% de quebra, o mais consumido entre nós.
O preço do de melhor qualidade baixou 5,7% (de 457 para 431 USD por ton colocada a bordo do navio no Vietname - FOB=Free on bord) e o de menor qualidade baixou 8,8%. Esta queda dos preços do arroz traz boas perspectivas para uma (ligeira?) queda do preço do arroz entre nós e, por isso, para alguma "folga" no sentido da baixa da inflação.
Resta saber se os importadores timorenses vão ou não reflectir para os consumidores esta queda dos preços. Não me admirava que "assobiassem para o ar" e não o fizessem... Não seria a primeira nem a última vez.
Aliás, esta questão levanta uma outra muito mais geral e bem mais importante: a da transparência do funcionamento dos mercados entre nós e a existência (ou não) de (eventuais) poderes de oligopólio (poucas empresas grandes em mercados em que "dominam" os preços com, eventualmente, algum conluio entre elas...).
Há sectores em que esses poderes são mais evidentes do que outros. Desconfiamos (desconfiamos apenas...) que o das obras públicas é um deles... "O Estado paga!...". (Mais) concorrência, precisa-se...
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