Por ele se pode verificar, nomeadamente, que a taxa mensal de inflação passou de 1,1 em Janeiro para 3,7% em Fevereiro de 2011, uma aceleração significativa que fez passar a taxa média anual dos 7,2% em Janeiro para os 7,7% em Fevereiro.
Olhando para as taxas de inflação por grupos verifica-se que a alimentação, cujo peso no "cabaz de compras" que serve de base ao cálculo do IPC é de 56,7%, aumentou 13,1% entre Fevereiro de 2010 e o mês homólogo deste ano. Esta é uma subida que se fica a dever, entre outras, às de 8,8% no preço dos cereais (quase só arroz), 17% no das "carnes e derivados" e 28,6% nos "vegetais e especiarias".
Os transportes --- incluindo os combustíveis --- estão agora cerca de 12% mais caros que há um ano atrás, para o que contribuíu significativamente a recente subida do preço dos combustíveis: o gasóleo, por exemplo, passou dos 1,03 USD para 1,16 USD/litro durante os meses de Fervereiro e Março.
De notar que se é verdade que vários dos produtos são importados e, por isso, dependentes dos preços na importação, também não é menos verdade que vários dos produtos que subiram de preço são de origem nacional, o que dá a entender que existe um fosso crescente entre a procura e a oferta que os vendedores aproveitam para aumentarem os preços. Esse "gap" pode, cremos, estar ligado ao aumento significativos dos gastos públicos.
Por fim e por comparação, refira-se que na vizinha Indonésia, nossa principal fornecedora, as variações mensais dos preços em Janeiro e Fevereiro de 2011 foram, respectivamente, de 0,89% no primeiro mês do ano e de 0,13% no segundo, muito abaixo dos 1,1 e 3,7% verificados entre nós.