quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Despesas do OGE

O quadro abaixo sintetiza os valores previstos como despesas do OGE para 2011. Como se pode verificar, a taxa de variação entre o de 2010 e 2011 (sublinho que para 2010 se trata do Orçamento aprovado e não dos gastos efectivos) é de 17,6%. Se descontarmos a taxa de inflação de 4,6% referida noutra entrada, temos um aumento real dos gastos de 13%, um aumento significativo.


Num país onde não existe a possibilidade de recorrer à política monetária para ajudar a controlar a inflação devido ao facto de não existir moeda própria --- não vamos discutir aqui o assunto mas genericamente diria, pelo menos, que este não é o momento para a introduzir ---, cabe ao Estado, nomeadamente através da política orçamental que pratica, ter algum cuidado com a possibilidade de um excesso de despesa em relação à capacidade do sistema produtivo responder com uma oferta correspondente ser causador de uma aceleração da inflação.
Em Timor Leste a tensão entre a procura e a oferta é "resolvida" através das importações, havendo estimativas de que cerca de 70% dos gastos públicos são "escoados" para o exterior através das mesmas.
É a velha teoria da "banheira": o dinheiro "entra" pela costa sul (receitas petrolíferas do Mar de Timor) e "sai" pela costa norte (importações da Indonésia, Singapura, etc).
Num ano em que, juntamente com o de 2012, se prevê um forte investimento em infraestruturas --- construídas ou arrajadas principalmente com bens importados --- a pressão sobre as importações vai ser, provavelmente, ainda maior. Mas o aumento significativo de dinheiro em circulação não vai, certamente, deixar de exercer pressão sobre os preços. Veremos qual a taxa de inflação no futuro mas temos alguma desconfiança em relação à possibilidade de ela se manter, como previsto pelo Governo e pelo FMI, apenas nos 4%. A ver vamos.


1 comentário:

Anónimo disse...

Timor Leste,

Um país que tem capacidade de produzir a sua própria comida e importa arroz. Só precisa de os Timorenses se esforçarem um pouco mais e trabalharem. Assim Timor poderia ser um pais maravilhoso. A costa sul é de bradar aos céus o potencial agricola, todo desaproveitado, mas se se tenta fazer alguma coisa, logo é destruído como erva daninha.
Enfim Timor