quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O preço do arroz no mercado internacional e as importações timorenses

Timor Leste importou nos primeiros meses do ano passado (2009) um volume muito significativo de arroz (cerca de 30 milhões de USD) para ser vendido pelo circuito oficial, i.e., pelo Ministério do Turismo, Comércio e Indústria (MTCI).
O preço do arroz importado terá rondado, segundo as informações disponíveis sobre os preços no mercado internacional, cerca de 500 USD por tonelada. Isto significa que, contas redondas, terão sido importadas cerca de 60 mil toneladas. Calculamos, também grosseiramente, que as necessidades internas totais serão de cerca de 100 mil tons/ano (consumo estimado de 90 kgs/habitante e uma população de cerca de 1,1 milhões de habitantes).
A quantidade importada e a (aparentemente, pelo menos) grande colheita interna (cerca de 70 mil tons?)permitiram que desde então até agora as importações tivessem sido quase nulas.
Só agora se estão a fazer novas compras no mercado internacional (mais uma vez no Vietname). O actual preço internacional do tipo de arroz importado por Timor Leste (com 15% de grãos partidos) ronda os cerca de 410 USD/Ton, com o arroz já ensacado e colocado a bordo dos navios prontos a deixarem os portos do país (preço FOB-Free on bord).

Um documento recente do departamento de agricultura americano diz o seguinte (pg 19) sobre a evolução recente do preço do arroz do Vietname no mercado internacional:

"In contrast, Vietnam’s price quotes have risen over the past month based on substantial export shipments. Price quotes for 5-percent brokens rose to $400 for the week ending August 10, up 11 percent from the week ending July 6. This rise in Vietnam’s price quotes has reduced the premium of Thai rice to $66 over Vietnam, well below a difference of $112 one month ago."

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Prof,

Tanto dinheiro desperdiçado em TL a comprar arroz ao Vietname, a produção de arroz por ha em TL é de cerca de 800 kg/ha, fácilmente se aumenta para 1800 kg/ha, só com trabalho de extensão rural a ensinar os agricultores a melhorar os métodos de cultivo e com um bocadinho de adubo chega-se às 4 toneladas/ha, com a vantagem de se poder fazer uma segunda cultura de feijão q tb enche a barriga. Será que não é melhor gastar o dinheiro internamente a ensinar os agricultores e criar postos de trabalho??
O Padre Locateli luta em Baucau- Seiçal para irrigar 500 ha que potencialmente poderiam produzir 900 toneladas por ano, o governo ajudou com 50 000 Usd para a construção do canal com 6 km, muito pouco, no minimo seram necessários 1 milhão de Usd.
Enfim Timor, terra rica de gente pobre.

Beijinhos