Os “modelos de crescimento” mais conhecidos
são, provavelmente, os de Harrod-Domar, de (Robert) Solow e de (Paul) Romer, também conhecido
por “modelo AK”.
O modelo de Harrod-Domar é sintetizado pela equação g = s/k que nos diz que a taxa de crescimento máxima
garantida da economia (g) tende a ser constante e igual ao rácio entre a taxa
de poupança (e de investimento) “s” (proporção do produto que é poupada e
investida) e o coeficiente capital-produto "k" (ou seja, a quantidade de capital
necessária para produzir uma unidade de produto). Quanto maior for a taxa de
poupança/investimento, dado que se considera que no curto-médio prazo este
coeficiente é constante por não ter tempo para se modificar significativamente, maior será a taxa de crescimento. Esta teoria
justifica políticas de elevado investimento, nomeadamente em infraestruturas e
em capital diretamente produtivo (indústria, agricultura). A sua ligação ao "desenvolvimento" vem, nomeadamente, através do facto de se entender que esse investimento vai gerar emprego e que este acaba por servir os interesses dos pobres através de um efeito do tipo "cascata" (trickle down) em que um número cada vez maior destes é beneficiado pelo emprego criado. A História demonstrou que não é necessariamente assim...
O modelo de solow
conclui fundamentalmente que uma economia tende a crescer de forma a que o pib,
o stock de capital físico e a população tendem a crescer todos à mesma taxa. A este caminho, caraterizado por um rendimento por trabalhador e um capital
físico por trabalhador constantes ao longo do tempo, chama-se "estado
estacionário". Mas como a realidade é a de que as economias crescem constantemente, a
explicação para isso só pode estar “fora” do modelo: no progresso técnico e no
aumento da produtividade devida ao aumento do capital humano. Este modelo
sugere, pois, que se invista em melhorias das tecnologias disponíveis e no
aumento da educação e da formação como forma de aumentar o capital humano e
fazer crescer a economia.
Finalmente, o modelo
de Romer (modelo “ak”) conclui principalmente que o progresso
técnico, que no modelo anterior é "exterior" ao modelo e algo dependente da vontade dos homens, é “endógeno” ao crescimento económico pois mais crescimento e mais progrsso técnico trazem consigo mais recursos para a investigação científica e sua aplicação à produção: quanto mais cresce o produto mais aumenta essa investigação que, por
sua vez, se vai repercutir em mais produto e assim sucessivamente, numa como
que “espiral” de crescimento que permite “romper” a tendência a se chegar a um
“estado estacionário” "à Solow". A política aconselhada é de investir na investigação
científica, nomeadamente na ligada à produção.
Temos aqui, de uma forma necessariamente sucinta, algumas lições dos "modelos de crescimento" para a política económica de crescimento. Cadê a "centelha" que faz este passar a "desenvolvimento"?