quinta-feira, 22 de maio de 2014

De tudo um pouco...

Nestes últimos dias, a propósito de declarações do Primeiro Ministro Xanana Gusmão, saltou para as primeiras páginas dos jornais a questão da taxa de execução do Orçamento de Timor Leste para 2014.

Nos quadros abaixo pode ver-se o essencial da informação sobre o assunto. Note-se que nas duas últimas colunas aparecem duas percentagens de execução: uma é a que é usada pelo Governo e inclui quer as verbas REALmente pagas pelo Tesouro quer as OBRIGAÇÕES entretanto assumidas contratualmente e que se virão a converter, mais ou menos a curto/médio prazo, em pagamentos REAIS.



Uma conta "primária" que se poderia fazer é a de que dado que estes dados são do final do quarto mês do ano (Abril), i.e., um terço do ano de 2014, deveriam estar gastos cerca de 33% dos recursos do Orçamento. Porém, não se pode fazer estas contas pois o orçamento entrou em vigor, na prática na segunda metade de Fevereiro e porque o ritmo de gastos nunca é uniforme ao longo do ano.
Assim sendo, uma "execução" (dinheiro pago + obrigações) de cerca de 22% até nem é muito má dadas as circunstâncias. O pior é quando se olha para o dinheiro efectivamente pago no geral: cerca de 13%. Fracote... :(

E mais fracote é o desempenho quando olhamos para os vários ministérios e outros serviços individualmente. o Fundo de Infraestruturas, por exemplo, só pagou efectivamente cerca de 5,5% das verbas que teoricamente pode pagar. Como este Fundo é o que tem no seu âmbito as maiores obras, fundamentais para o desenvolvimento do país, pode-se considerar que "algo não vai bem no reino da Dinamarca"... E que é preciso que vá melhor...

Outro aspecto a referir é a evolução da inflação. Segundo dados recentemente divulgados pela Direcção Geral de Estatística (www.statistics.gov.tl ) a taxa homóloga de Abril passado (Abril de 2014 contra Abril de 2013) foi de apenas 1,4%. Em Março esta taxa era de 1,8% e em 2013 (Dezº) de 2,4%. Isto significa que "o que os números dão" é hoje uma taxa de inflação baixa e que tem vindo a diminuir.


Taxas de inflação baixas são uma boa notícia para os consumidores mas não necessariamente para a economia nacional. Estas taxas baixas normalmente andam associadas a períodos de crescimento económico mais lento e este pode ser um sinal de que a produção nacional está a "andar" em vez de "correr". Isto é, que a taxa de crescimento da produção pode estar a ser mais baixa do que o desejado pelo Governo, por exemplo.

Finalmente, os últimos números do Fundo Petrolífero. Dados recentemente divulgados pelo Banco Central de Timor-Leste (BCTL) (www.bancocentral.tl )dão como capital do Fundo, em fim de Março passado, cerca de 15,7 mil milhões de USD, contra 14,9 milhões no fim de Dezembro de 2013.